Banco de ideias desde 2006

Desenhado num céu permanentemente nublado,
com piruetas e acrobacias feitas por aviões que cortam e descortam os pedaços de vales e planaltos..
E de repente cai um pingo molhado!


20 maio 2012

Ar Quente

Tudo começa cá em baixo. 

A cidade tem um hall de entrada, não muito amistoso, piso molhado e sujo, as paredes não menos próprias que as maçanetas das portas, salvo uma porta envidraçada com diversos autocolantes azuis que sugere a entrada do povo. Lá entrámos, tínhamos logo, nem a dois passos, um grande pano branco esticado até ao teto, agarrado por uns atilhos em metal, que nos fez direccionar os nossos passos para um dos lados. Seguimos. Grande espaço amplo com linhas esculpidas no chão, pintadas de várias tonalidades. Víamos o povo ainda correr de um lado para o outro, outro já arrumar as suas ferramentas de trabalhos, e nós. 

É a cidade, que na sua história, sofreu desacatos entre povos de classes altas, e que desencadeou a chegada de novos povos, capazes de equilibrar esses desacatos medíocres. Passados estes anos, os novos povos, continuam associados a esta cidade, são pilares e verniz de orgulho para quem chega.

Aqui estamos nós, nesta cidade, prontos a prestar serviços e a venerar toda esta riqueza que nos consome ao olhar. O nosso primeiro dia, motivou-nos. O povo residente acolheu-nos e declamou as preces que, nos seguintes dias seriam ouvidas cada vez mais intensas até ficarem consumadas na prática dos serviços.

Os dias, na cidade, tornam-se cada vez maiores, o sol, a alegria, a motivação, o ambiente quente e energético. Já não existe distinção entre os novos povos e nós, somos comunidade e alicerces para todos. Vamos continuar a habitar cá, renovar o pano branco que dá acesso a toda a nossa cidade, e crer para que todos os dias, mais povos abram aquela porta envidraçada. 

Tudo deixou de começar cá em baixo. 
A cidade está a descansar, mas o calor do ar, mantém-se. Amanhã é outro dia.

Whitesnake - Here i go again

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