Sentei-me, estou sentada aqui neste banco frio de pedra, parece que está tudo frio...até mesmo os meus cabelos que com o vento batem na minha cara e me magoam. Começo a olhar para o jardim..cães ali, pessoas acolá, um cão, uma cadela, e que engraçada os seus donos a trocar umas palavras, qual terá sido o propósito desses trocares? Talvez os cães se terem metido um com o outro!
Bem..Ainda sentada no banco, mas agora com as pernas também assentes no banco, passa uma senhora com um sobretudo quase até aos pés, óculos de sol negros e com um face carregada de tristeza, pelo menos aparentava! E depois passa um senhor com a sua chapeleta beje a tapar a careca carregando o saco do jornal Expresso, e sorri! Menos mal, alguém a sorrir! Sem ter motivo, ou com algum motivo..Ser espontâneo é tão bom.
Abeirou-se de mim um querido cãozinho de cor café com leite ao pé de mim, e sentou-se, que fino! Tentei seguir o olhar dele, e realmente estava indignado, reparava nos sons estranhos que um skater ao fundo fazia com a sua tábua de madeira com rodinhas. Esses movimentos estrondosos faziam vibrar a calçada junto a nós, e olhe que..estávamos a uns bons metros! Mas para além disso, começo a sentir-me mais reconfortada, o sol já aquece as minhas pernas, as minhas mãos tornam-se quentes e é bom! Aih, o cão levanta-se (vai-se embora, julgo eu), alça a sua perninha e delicadamente arruma as suas necessidades, até parece ensinado! (Talvez ele devesse começar a dar explicações a algumas pessoas que andam por aí, hihih)
Já estou para aqui à 15 minutos, e será que as pessoas só saíram à rua para levar os seus cães a passear? Ou será que se levaram a passear? É fim de semana! Não sei, mas gostava de saber, estou curiosa.... Podia aproximar-me perto de alguém, dizer Bom dia, e perguntar, mas e melhor não, senão ainda me mandam alguma pedra, e estou tramada! (ainda pensam que estou a ser bisbilhoteira e na verdade, só gostava de saber a essência do "ter saído de casa" a um Sábado de manhã, porque sei lá...Podiam estar a dormir!
Estou, em Lisboa, mais propriamente no Arco do Cego, naquele jardim amplo com umas árvores, uns bancos, coisas assim, e se estivesse em Leiria seria a mesma coisa? Disse -Bom dia, a um cavalheiro já de barba cinzenta que ali passava com o seu cãozinho, e nada disse, afinal vou tirar o cavalheiro! Ou será que não ouviu? Da próxima, falo mais alto, e assim não há desculpa.
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