Perigos, atravesso
Olhares crucificados me atormentam
Flores sem sorriso me enlouquecem
Lágrimas que transbordam de infelicidade
Livros que se sentem inúteis
Objectos que se tornam inutilizáveis
Algas que se agarram
Seres vivos que se maltratam
Areia que se junta
Felicidade que se dispersa.
Olhares crucificados
Tornam-se intoleráveis
Imperceptíveis
Olhares misturados com angustia
Palavras confundidas com letras
Se juntam no meu pensamento
Parecendo linhas embaraçadas que não têm fim.
Flores sem sorriso
Fracassada uma vida
Perdido um amor
Deixada uma esperança
Enlouqueço com um olhar arrepiante
Sem luz e sem cor
Sem campos verdes e flores abstractas.
Lágrimas infelizes
Transbordam dor e feridas antigas
Feridas que não esqueço
Feridas que vivo intensamente
Feridas que morrerão com o meu ser
Lágrimas que se perdem
No luar desta noite amargurada
Nos lagos gelados que tu crias.
Livros inúteis
Sentimentos fáceis
Páginas inacabadas
Folhas rasgadas
Desenhos de crianças
Em chão frio e húmido
De um quarto imaginário
Com folhas planando
Com tristezas amarradas
Com recordações velhas,
Que até se sentem inúteis.
Objectos inutilizáveis
Deixados a um canto
Desprezados por um ser,
Importunado e odiado
Por tantos outros fartos
De tanto lutar,
De tanto amar o outro
De tanto sacrifício
Por uma vida digna e iluminada,
O egoísmo nasce,
E a angústia torna-se imortal.
Algas que se agarram
Vidros que magoam
Seres que sofrem
Algas que me prendem
Que não me deixam viver
Que não deixam libertar
A criança que chora
As lágrimas correm
Falta o amor
Chegam aos lagos gelados
Condensam-se em algas que não vivem,
Mas matam.
Seres vivos maltratados
A escuridão a aumentar
Os olhares que desvanecem
O importunado e odiado persiste
Com a alma parecendo
Vidros despedaçados
Que na rua das memorias
Faz feridas,
Janelas se abrem
Para que a poeira do tempo
Vá por entre brechas cintilantes
Atraindo o meu ser
Ate sair da imensa escuridão
Com seres vivos que se maltratam
Afinal, era apenas imaginação…
Areia que se junta
Imensas praias que nascem
Nos confins do mundo
Perto de oceanos navegáveis
E de desertos admiráveis
Longe de olhares cruzados
Praias, Praias…
Fazem um sorriso nos ardentes
E uma tristeza nos fracos
Seres vivos que desanimam
E areias que se deixam levar
Para o fundo inconfundível
Onde morre a solidão
E onde nasce a transparência
De oceanos falsos.
Felicidade dispersa-se
E os olhares carregados de sentimentos imaturos
Morrem...como desenhos que em tempos fizera.
desde que li este poema o adorei. esta muito bem escrito.. exprime muito bem o k estavas a sentir (isto pra quem te conhece).
ResponderEliminarbjs continua a escrver!adoro-te