Era uma sombra que caminhava pela minha alma durante a noite, que invadia o meu coração e fugia de seguida sem deixar rasto.
Uma sombra que vivia das minhas intensas noites ao luar, a reflectir e a traçar riscos, linhas ou traços do caminho que teria de seguir. Olhava por mim nestas noites e assim sentia-me acolhida, além de me encontrar solitária.
Mais tarde, decifrei o mistério desta insólita sombra, o seu olhar transcendeu o meu corpo e começou a mostrar o que desejava…
Singela a sombra, os lábios, o nariz, os seus olhos e os seus cabelos, transformaram-se numa vida, começaram a viver os meus dias, deixando de me intrigar durante a insólita noite.
Que deixara de ser a sombra, que passou a ser um corpo, um sentimento no meu coração.
Que incrivelmente é a minha vida, mas que eu não quero que desapareça e desvaneça por entre os confins do surreal.
Uma lágrima que deixo partir, simplesmente o meu caminho é o que sempre foi.
Com a sombra penetrada no meu viver? Ou com a sua ausência…
Imagem não criada por RaquelRibeiro
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